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Ideias de negócios sustentáveis para o fomento da economia da floresta em pé na Amazônia Legal foram o tema dos desafios do Programa de Ideação, realizado de 24 a 26 de março, no município de Macapá (AP). Durante três dias, na sede do Sebrae, dez times se juntaram em busca de atender as demandas e oportunidades locais, incluindo tanto o uso direto da floresta quanto um olhar para a agregação de valor em produtos e subprodutos da sociobiodiversidade.

Divididos em times, os 44 participantes apresentaram soluções para uma banca de especialistas. “Foram vinte horas de um evento imersivo em que os/as participantes tiveram a oportunidade de pensar sobre o desafio proposto para a criação de um negócio. É uma atividade com muito conteúdo e prática, com o apoio de especialistas para pensar soluções inovadoras e trazer geração de renda com a manutenção da floresta em pé”, explica a analista técnica do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Vitória Faoro.

Segundo o analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MAA), Antonio Sanches, o evento de Macapá foi o terceiro evento do Programa de Ideação.  “Buscamos tirar lições da experiência com os dois primeiros eventos, trazendo melhorias para a programação e para a apresentação do conteúdo, sobretudo, no que se refere aos desafios propostos aos participantes. Fiquei satisfeito com esses aprimoramentos e com os resultados que os participantes obtiveram com suas ideias, que trouxeram aderência aos desafios e à realidade local. Outro ponto de destaque foi que tivemos nosso maior número de participantes, em uma localidade carente e ávida por oportunidades em inovação e negócios de impacto relacionados à Economia da Floresta em Pé”, acrescenta.

Bootcamps

Os bootcamps do Programa de Inovação são treinamentos imersivos que permitem trabalhar a inovação a partir das ideias e desafios relacionados a temáticas de conservação, recuperação e uso sustentável da vegetação nativa na Amazônia. Além de aprenderem a metodologia de desenho de soluções e modelagem de negócios, os/as participantes também têm acesso à mentoria de profissionais com vivência no mercado de trabalho.

Integrante da equipe vencedora, Maisa Almada, destacou a oportunidade de compartilhamento de experiências e aquisição de conhecimento especializado, assim como a realização de contatos. “O evento estava muito voltado para o lado ambiental do nosso estado, da nossa região. Acredito que pode trazer mudança, já que tem pessoas interessadas e engajadas. Trouxe um senso de responsabilidade não somente no campo profissional, mas também no pessoal”. O time de Almada apresentou um projeto de produção de biotintas por meio de sementes de verônica, urucum e jenipapo, para a geração de renda para mulheres de comunidades tradicionais.

As equipes vencedoras receberão consultorias e mentorias virtuais personalizadas para o desenvolvimento do negócio ou da carreira dos participantes. Entre as ideias propostas pelos grupos para a região estavam soluções relacionadas a aproveitamento de resíduos do açaí; ecoturismo; despoluição de recursos hídricos a partir de produtos orgânicos; ações para fortalecimento da cadeia do mel; e promoção e divulgação de produtos locais.

O Programa de Ideação faz parte do ”Projeto de Pagamentos por resultados de REDD+ alcançados pelo Brasil no bioma Amazônia em 2014 e 2015”. É uma ação do MMA e do PNUD com financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF). Ainda conta com a parceria da empresa de Inovação, Ciência, Tecnologia e Negócios (Wylinka) e do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDESAM).