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Se tem uma coisa que Parintins sabe fazer bem é festival e juntar pessoas. Nesse mesmo clima, animada pelos bois Caprichoso e Garantido, na semana de 17 a 22 de fevereiro, a cidade mostrou que também é capaz de se mobilizar e dar show para conservar a floresta.  Durante a Ação de Integrada de Regularização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e inscrição para o Edital de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA),  na Modalidade Conservação do Projeto Floresta+ Amazônia, foram realizados 719 atendimentos, retificados 633 CARs, e 400 agricultores e agricultoras se inscreveram na chamada pública e poderão receber apoio financeiro para proteger áreas de floresta nativa em suas propriedades.   

A ação foi realizada em parceria entre as equipes locais do Floresta+  e o Governo do Estado do Amazonas, por meio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), com apoio de organizações locais, como a Associação Amazonense dos Municípios (AAM), Prefeitura de Parintins, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Federal do Amazonas (IFAM),   Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os atendimentos ocorreram na sede do município e nas comunidades rurais de Santo Antônio do Tracajá e Boa Esperança do Zé Açu.

Para a coordenadora local do Projeto Floresta+ no Amazonas, Júlia Linhares, o mutirão em Parintins foi sucesso, tendo em vista a capacidade do município em mobilizar e juntar as pessoas. “Superamos todas as metas e expectativas. Hoje, Parintins  está em primeiro lugar do estado pela quantidade de inscritos no edital”, ressaltou.  Ainda ressaltou que as agricultoras e os agricultores que perderam o mutirão ainda podem procurar a Secretaria Municipal de Produção Rural (Sepror) ou, ainda,  buscar atendimento e mais informações sobre o Edital PSA Agricultura Familiar no site do Floresta+: aqui! 

O diretor-presidente do IPAAM, Gustavo Picanço, destacou que a logística foi um dos maiores desafios durante o mutirão, mas as articulações realizadas previamente e a ação integrada entre os diversos parceiros permitiram superar as dificuldades e atender produtores nas comunidades mais distantes. “Estamos trabalhando para garantir que os pequenos produtores possam regularizar suas propriedades e, assim, continuar suas atividades de forma legal e responsável”, afirmou o gestor ambiental.   

A agricultora Valdina Azevedo, da comunidade Santa Fé, ficou sabendo do mutirão por uma notícia no rádio e ficou muito interessada porque nunca havia ouvido que poderia receber pagamentos para preservar a floresta. “Como mulher, eu achei muito importante saber de um benefício que pode ajudar nosso trabalho. Eu já estou inscrita e agora vou só aguardar. Estou confiante de que vou ser beneficiada porque o meu lote está com a floresta toda em pé. E não quero mais desmatar”, declarou. 

Já a agricultora   Rosimaria Martins, da comunidade do Miriti, ficou muito empolgada com a chegada do Projeto Floresta+ Amazônia. “Estou muito feliz com a oportunidade de preservar a floresta”. Hoje a gente já sabe que não é mais pra estar desmatando a mata. A gente tem que produzir, mas também cuidar da natureza e de tudo que ela pode dar pra gente”, disse entusiasmada.  

Projeto Floresta+ Amazônia – É uma iniciativa de cooperação internacional do governo brasileiro, realizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF – Green Climate Fund).

Com aportes de 96 milhões de dólares, o Floresta+ Amazônia é uma das inciativas pioneiras no Brasil que apoia financeiramente agricultores familiares e comunidades locais pela conservação da Amazônia por meio de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). E, o primeiro no mundo a receber recursos do GCF como recompensa pela redução das emissões de gases de efeito estufa em anos anteriores e a executar o PSA nessa escala.